"No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração. "

Rabindranath Tagore








quarta-feira, 12 de dezembro de 2012







"Eu Já lhe falei
Eu te protejo de tudo que possa haver,
de tudo que possa acontecer,
embora tu não tenhas como saber.
Protejo tua alma em desalinho,
teu peito cravado de espinho. 
Protejo a tua história
e a tua difícil trajetória.

Eu te protejo de mim,
de tudo que foi bom ou ruim.
Protejo teu nome,
tua vida e teus segredos,
teus desajustes e teus medos.

Eu te protejo com um silêncio devastador,
te protejo até do meu amor.
Protejo tudo que colocaste na minha mão,
desde objetos até emoção.

Protejo tua imagem e teu coração
de tanta gente e em qualquer situação.
Protejo a mulher que cruzou o meu caminho
e o menina que me deu tanto carinho.

Eu te protejo enquanto dormes
enquanto estás acordado,
enquanto sonhas e enquanto,
por pesadelos, és atormentada.

Eu te protejo das minhas agonias,
das minhas tristezas e melancolias,
só não posso te proteger das minhas poesias."


Silvana Duboc





Um comentário:

Anônimo disse...

Inefável e importante forma de proteger...

Muito bonito o poema.

Um abraço!