"No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração. "

Rabindranath Tagore








terça-feira, 19 de junho de 2012




"Quem gosta quer estar perto, quem adora sabe que amor é verbo e não substantivo, 
é uma aventura diária carnal e emocional, não uma moldura bonita e pertinente a enfeitar as paredes da sua vida.

Amor é manco de gramática, sendo quase tão certo quanto matemática, entretanto não aceitando resultados inexatos,

 com vírgula ou aposto. Todo pormenor a dividir duas pessoas deve levar nas costas qualquer nome. 
Amizade, capricho, tico-tico-no-fubá, quiproquó, pirraça, o que for. Menos amor.

A razão de amar é simples. Um e um são dois. Eu te amo + eu te quero = dou um jeito de ficar contigo. 

Dou jeito de andar do seu lado, de dividir tempo, cheiro, edredom, banheiro e melancia.

A razão dos amantes não calcula-se no papel, na ponta do lápis. 
Sim no viver, sim no sentir.
O amor existe no calor da iminência, do arredor, do tato e do contato. 
A frieza do resto, embora lembre um pouco amor, na real é qualquer bobagem."



Gabito Nunes



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