Incontáveis são os eus que nos habitam.
Diferentes os meus dos teus,
mesmo não os podendo comparar,
porque, tal como tu, por dentro não me vejo.
Vejo-te quando te imagino ou sinto,
mas desconheço qual de mim te vê.
Não sei qual de ti me imagina e sente,
nem sei qual de mim tu vês.
Se eu chamar de alma
àquilo que em nós imagina e sente,
as almas que temos são muitas.
Tantas almas quantos os eus,
que lutam entre si continuamente
para monopolizarem o imaginar e o sentir.
Quando nos tocarmos, vamos contar
quantas das nossas almas se beijam
e, só então, saberemos se é
com amor que os nossos eus se entrelaçam.
Nilson Barcelli
2 comentários:
Não me tinha apercebido (ou esqueci-me) que tinhas publicado este poema meu.
Obrigado, gostei que tivesses gostado dele.
Sempre que quiseres publicar coisas minhas, fica à vontade. Mas lembra-me...
Um beijo, querida Kelly.
Nilson,
Fiquei encantada com este seu poema.
Lembro-me que me identifiquei com ele de maneira única.
Que bom que gostou.
Obrigada!
Beijo
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