"No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração. "

Rabindranath Tagore








sexta-feira, 19 de setembro de 2014



Deus,
Peço-te:
Interpreta-me.

Não leia apenas as minhas palavras;
Elas são poucas,
Frágeis,
Quebradiças.

Cá, dentro, tem um mundo:
(Quase sempre)
Inabitado.
(Quase sempre)
Incompreensível.

Sei que habitas no secreto,
Nos dias em que não há;
Nos cantos intocáveis,
Nos acontecimentos invisíveis.

Por favor, peço-te:
Cubra-me!

Cubra me,
Com o teu silencioso cuidado.
E eu me abrigarei na confiança,
De que sempre estarás comigo.

Poesia: Luciana Leitão





Nenhum comentário: