"Nunca sabemos ao certo quando deixamos de ser importantes.
É triste perceber que quem tanto me importa não olha por mim, apenas me vê. Não altera em nada sua lista de prioridades quando preciso de socorro, atenção. Apenas (depois, sempre depois) desculpa-se. Diz que as coisas estão complicadas. Está constantemente ocupado, atrapalhado. Sempre se sai com ótimos motivos para não ter ido, feito, acompanhado. Conhece meus gostos, minhas neuras, o porquê do riso rasgado. Sabe o número do meu telefone, onde vivo, mas mora num outro universo, do qual não tenho o endereço, nem pertenço: é péssimo notar que sou pouco para quem é muito pra mim.
(...)
Talvez percamos o sentido de existir na vida de algumas pessoas, por mais importantes que tenhamos sido (ou que supomos ter sido). Nossa permanência torna-se oca de significado. Desbota. Gradualmente, sumimos. E não há nada de errado nisso. De triste, sim (todo fim é triste), mas não de errado: não dá para exigir ser amado. Errado é mantermos à nossa volta, atrelados a nós por compulsão ou necessidade de companhia, quem não tem mais nada a nos oferecer. Para quem oferecemos tão pouco.
Quantos sinais são necessários até compreendermos que ninguém mais se importa?"
Ailin Aleixo
Um comentário:
O que de fato fica de nós no outro, são o que de nós o outro de fato aceitou e absorveu na alma.
beijos.
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