"No dia em que a flor de lótus desabrochou
A minha mente vagava, e eu não a percebi.
Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.
Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.
Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro
De um perfume no vento sul.
Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.
Pareceu-me ser o sopro ardente no verão, procurando completar-se.
Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim
Que ela era minha, e que essa perfeita doçura
Tinha desabrochado no fundo do meu coração. "

Rabindranath Tagore








quarta-feira, 10 de abril de 2013







"Perdoa-me, folha seca, não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo, e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores pelas areias do chão,
se havia gente dormindo sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la! Choro pelo que não fiz.
 E pela minha fraqueza é que sou triste e infeliz.
 Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão velando e rogando áqueles que não se levantarão...

Tu és a folha de outono voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade - a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento, menos que as folhas do chão..."


Cecília Meirelles



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