"Não importa como você olha, a vida é estranha. Muito estranha. Por exemplo: é um fato inquestionável que somos todos feitos exatamente da mesma substância das formas de vida mais inteligentes, criativas e magníficas do Universo. Isso inclui batatas, lesmas e suflê de chuchu, o que talvez explique por que tantas coisas na vida não fazem sentido. Para começar, por que nos impressionamos e ficamos tão obcecados com coisas e feitos de grandes dimensões, quando na verdade são coisas pequeninhas que, combinadas, tornam as grandes coisas possíveis? Por que tentamos criar nossos próprios mundinhos para ter a ilusão de que controlamos completamente nossa existência, quando sabemos muito bem que não controlamos? Por que afirmamos a toda hora que a individualidade é a essência da nossa maneira de ser, e depois aceitamos um grau degradante de conformismo em quase todos os aspectos das nossas vidas? Por que as crianças acreditam em fadas e “gente grande” não? E por que nos grilamos tanto com as nossas discordâncias, quando de fato são as nossas diferenças que tornam a vida interessante? Afinal, se metade do mundo está sempre de cabeça para baixo, seria impossível todos concordarem sobre tudo. Mesmo algo tão básico e profundo como “não mastigue com a boca aberta” é uma regra menos universal do que você poderia imaginar.
Por que será que quando as paixões se inflamam a gente opta por discutir e brigar, se quando dançar um ‘chá-chá-chá’ é muito menos estressante, muito mais agradável e alivia a tensão do mesmo jeito? Por que gostamos de sentir que somos membros de uma espécie, e ao mesmo tempo construímos tantas barreiras defensivas em torno dos nossos sentimentos que nunca conseguimos ser realmente próximos de alguém? Talvez a confusão exista porque a vida nem sempre é o que parece. Como espécie, somos obcecados pela aparência. Usamos filtros para só ver o que queremos ver. Quando finalmente abrimos os olhos, podemos nos chocar com o modo obscuro com que olhávamos o mundo de acordo com nossos planos mesquinhos. Sem os filtros, você pode olhar com mais clareza para você mesmo e fazer perguntas objetivas sobre o universo e o seu lugar nele. Em outras palavras, investigar o sentido da vida. Afinal, do que se trata a vida? Bem, já se ouviu muito que a vida é uma viagem. Mas uma viagem para onde, exatamente?
Há quem diga que o sentido da vida é adquirir sabedoria. Se isso é verdade, por que os sábios costumam se vestir tão mal? Outros dizem que a vida não tem sentido. Que a vida apenas “é”. Coisa profunda. E há os que digam que só estamos no mundo para ter uma família. Afinal, a necessidade de deixar descendentes em seu lugar está no mapa genético de todo o ser vivo. No entanto, isto significa que toda a nossa existência é determinada pelo impulso sexual. Tudo bem, um fim de semana prolongado pode ser, mas toda a nossa existência? Sei não. Aliás, chegue um pouco mais perto, tenho um segredo para lhe contar… TODA ESTA CONVERSA É COMPLETAMENTE IMBECIL!
O único tema que ressoa em todas as muitas teorias populares sobre a vida é o amor. O amor, em todas as suas frágeis formas, é a força poderosa e duradoura que dá sentido real a todos as vidas. Claro que não estou falando do amor romântico, tipo “beijinho-beijinho”, embora este também seja uma força poderosa. É sabido que um coração partido dói muito mais do que suco de limão num corte no dedo feito com papel. Mas o amor a que me refiro é o fogo que queima dentro de cada um, o calor interno que impede a nossa alma de congelar nos invernos de desesperança. E o amor à vida em si. É a voz que diz: “Celebre a vida, seja criativo!” E traz a paixão e a compreensão de que, se há coisas pelas quais vale a pena morrer, há muito mais coisas pelas quais viver. É o que nos encoraja a receber cada novo momento como se recebe um velho amigo no aeroporto, a abraçar cada nova oportunidade de expressar a nossa felicidade por estar vivo. Este amor à vida nos leva a ajudar os outros simplesmente porque nos sentimos bem fazendo isto. Todos sabemos como é maravilhoso se sentir confiável e dar apoio a familiares e amigos (claro, dentro de certos limites). Mas, por mais que soe verdadeiro falar que “estamos aqui para viver a vida que amamos”, isto ainda traz um monte de perguntas pegajosas.
Especificamente: por que, exatamente, você está aqui? O que você ama de verdade?
Quem não se faz essas perguntas invariavelmente passa a vida sem saber por que ela não é muito mais divertida. Muitas vezes se sente como se tivesse sido deixado para trás, ou não sabe como explicar, mas sente que alguma coisa simplesmente não cheira bem. A verdade é que frequentemente nos concentramos tanto no que estamos fazendo que não vemos para onde estamos indo. Mas o que estamos fazendo, afinal? O mundo moderno está cheio de distrações, metas e prioridades discutíveis. O dia e a noite se confundem. Somos impelidos por uma avalanche de medos e desejos para uma corrida que não podemos vencer. E corremos, corremos, corremos para chegar a um ponto ideal nas nossas vidas e… E o que? É como ir ao supermercado, sair do carro e esquecer o que você tinha ido comprar. Tantas vezes começamos sonhando com uma vida maravilhosa, selvagem e livre que geralmente é muito distante da que acabamos levando. E o triste é que quase sempre descobrimos isso tarde demais, quando é impossível recomeçar. E, acredite, existem algumas sensações terríveis neste mundo. Como a culpa por ter passado o dia inteiro sem fazer nada, ou o arrependimento por não ter ajudado um amigo num momento difícil, e vergonha do tipo “não acredito que eu fiz aquilo no nosso primeiro encontro!”. Mas, de todas as sensações que deixam você doente, nenhuma é pior do que saber que teve a oportunidade de fazer o que ama de verdade e não aproveitou. […]
Bradley Trevor Greive
4 comentários:
Importante reflexão, nos lembrando entre, outras coisas, de abraçar as oportunidades.
Ótima semana para você, Kelly!
Obrigada Will.
Excelente semana, ótimo mês.
Bom dia, Kelly
Lindo texto, sempre é bom nos questionarmos dos porquês e serás que a vida nos coloca no caminho e termos uma visão além do que estamos vivendo no momento ou no presente. Adoro estar por aqui, seu blog e textos são sempre ótimos e no mínimo prazerosos de se ler. Parabéns por este espaço e tudo que ele engloba. Beijos, uma semana próspera e abençoada para vc. Muita luz e paz, SEMPRE. Sucesso e prosperidade em tudo!
Regina,
BOm te ter aqui. E sim, sempre bom questionarmos sobre a vida e sobre tudo que está ao seu redor.
Beijos de luz pra ti.
Meu carinho.
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