- Houve um momento em que o aperto foi tão extremo e aflitivo que eu imaginei não conseguir suportar.
Eu nem sabia que, exatamente naquele ponto, a natureza tecia asas para mim, em silêncio, mas foi lá que senti que eu era feita também para voar. O aperto, entendi somente depois, era uma espécie de morte, um prenúncio da transformação, uma ponte que me levaria a outro modo de ser.
Um comentário:
(...) não sabia então que, quanto mais elevadas se fazia, mais frágil também se tornava. Antes, sofria a flor que se via pedra, chorava limo e que não se reconhecia rosa. O jardim era sua terra-natal. Suas lágrimas, orvalho. Perfumes, ofício. Suas cores, fantasia. Seus espinhos, proteção. Mal sabia rosa o que a nutria por debaixo da terra, dos panos e dos seus próprios olhos.
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